sábado, agosto 01, 1998

ÚLTIMA CEIA

o pessoal ainda goza com A Última Ceia. Não percebo. Porquê? Okay, estavam todos sentados do mesmo lado da mesa, sem mulheres. Isso é estranho? Isso é motivo para piadas? Parece-me que se eles estavam todos do mesmo lado é porque elas estariam do outro. Se calhar uma foi à casa de banho e as outras foram atrás porque... Pronto, porque é lá uma cena delas. Mesmo quando não conhecem! Uma mulher está no café com o namorado e precisa de ir à casa de banho. Pode, se for essa a sua vontade, pedir apoio a qualquer mulher que esteja presente no local.
Podiam até não estar mulheres no restaurante, podiam ser só eles. Porquê todos no mesmo lado, então? Se calhar por uma questão de espaço. Talvez o restaurante fosse pequeno e seis de um lado, mais seis do outro, mais um à ponta, depois não dava espaço para os empregados passarem. Além disso é mais chato de servir e levantar os pratos.
Ou talvez estivesse a haver um espectáculo. Não iam estar de costas para o palco.
Pessoal atrasado, por exemplo. Já se sabe que há sempre pessoal que se atrasa, que à última da hora afinal já não pode ir. O fotógrafo chega lá no momento em que 'tão só os treze e... Espera lá! Não haviam fotógrafos naquela época. Aquilo era tudo à base de pincel. Se estivessem 6+6+1 como eu disse há pouco, já viram o trabalho que ele não iria ter? Pintava um lado, depois outros, depois outro. Quando chegasse ao fim já Jesus estaria ressuscitado.
Acabei de estragar uma fonte de humor. E agora? Se começo a tornar lógicas estas coisas da Bíblia, que graça é que isso tem?
Treze à messa. Dá azar? A ele deu. Tanto deu que foi beijado por um chibo. Pronto, pronto. Se calhar não foi assim tão mau. O mesmo aconteceu ao Kurt Cobain. Só depois de morto é que se tornou mesmo mesmo um ícone. Se bem que não para comparar uma coisa com a outra; até porque a verdadeira força dos Nirvana para muitos fãs era o Dave Grohl que, de barba e cabelo compridos, parece-se mais com a imagem do Jesus que nós conhecemos.
O que é que isto vos interessa? É só uma curiosidade.

BEIJAR HOMEM NÃO É SINAL DE MÁFIA

Paulo Baptista, um dos arguidos do 'Caso Passerelle' disse uma vez que “beijar homem não é sinal de Máfia”.
Devo dizer que concordo com ele. De Máfia, não. Homossexualidade, talvez. Principalmente se for na boca. Se for na cara podem ser parentes ou lá do leste europeu. As meninas de lá também dão beijinhos. E não são tão caros quanto isso. Máfia é que não.
Mais coisas que não são sinal de Máfia:
Primeiro: falar com sotaque italiano mesmo que se seja de Trás-os-Montes e nunca se tenha ido além do norte do Douro. Não ter qualquer contacto com a cultura italiana, nem que seja através do Giovanotti.
Segundo: transportar pessoas com quem se teve arrufos no porta-bagagens. Ou melhor, transportar no porta-bagagens pessoas com quem se teve arrufos. Assim soa melhor. E mesmo, duas pessoas terem um arrufo no porta-bagagens de um carro não tem nada de anormal. Espaço pequeno, um dá um pontapé na canela do outro sem querer. É quanto baste.
Terceiro: fazer dinheiro à conta da prostituição (a nível de gestão financeira e não da prática em si) e de outras actividades ligadas à indústria do sexo.
E, por fim: ter uma conversinha com um devedor, enquanto dois arcaboiços o mantêm de joelhos. Dizer que ele foi um menino feio, referir-se a ele no diminutivo, abanando a cabeça com ar reprovador. Repetir o nome e suspirar, q.b. Parece quase uma receita.
Nada disto é sinal de Máfia.

PERGUNTA PERTINENTE #2

Os anões podem viajar no banco do pendura ou têm de ir no banco de trás na cadeirinha?

sexta-feira, julho 31, 1998

PERGUNTA PERTINENTE

Porque é que o anúncio dos comprimidos para a diarreia volta sempre na altura do anúncio do Ferrero Rocher?

segunda-feira, junho 29, 1998

O FILME MAIS CURTO DE SEMPRE

Cati, tu que não percebeste o teor profundo da minha anterior mensagem a ti dedicada, eis agora este vídeo (o primeiro da história do OVO REDONDO).




Ai de ti que te queixes agora!

domingo, junho 28, 1998

É SEMPRE BOM SABER ESTAS COISAS

Um dia de passeio num jardim público (privado não que dá multa), um coreto e...


... kebabs!


Esta semana, no coreto do costume.

sábado, junho 27, 1998

E DEPOIS SOU EU QUE SOU ISTO E AQUILO

Dizem-me assim: Joel, tens de ter mais cuidado com o que escreves. Joel, olha que se continuas a escrever essas coisas assim ainda arranjas sarilhos.

Então e isto?



Um simples folheto? Vejam melhor.




Além de não tentarem esconder, ainda por cima a promoção é aplicada sobre o preço base. Isto não se admite!






terça-feira, junho 23, 1998

quarta-feira, junho 17, 1998

DEJA VÚ OU VU JADÊ?

O mesmo jornal, o mesmo dia... a mesma notícia? Deja vú ou vu jadê? Explicações possíveis para esta gaffe do JN: era o sexto aniversário do 11 de Setembro.

(eu tentei mas a porcaria do scanner não deu para mais; de qualquer modo, na imagem abaixo podem ler um resumo se quiserem)


terça-feira, junho 16, 1998

NOVAMENTE NO TEMA DOS NOMES PARVOS PARA LIXAR A VIDA AOS FILHOS

A primeira vez que me debrucei sobre este tema indiquei dois nomes. Otítio para menino e Otítia para menina. Pareceu-me bem na altura. Só que depois pensei. 'Pera lá! E se eu em vez de um ou uma, tiver duas, mas juntas?'

~Isto pode parecer estúpido para vocês, mas a minha ideia é: quando os pais pensam num nome para os filhos, mesmo que saibam que são gémeos, pensam sempre num nome para cada um. Depois recebem a encomenda toda num pacote só e querem separar.

Eu como não quero que os meus filhos se separem resolvi tomar providências, ou seja, pensar num nome para siameses. Por razões de inspiração, pensei num nome apenas para gémeas siamesas. Um dia que esteja mais inspirado logo penso num para meninos.

Ok. Gémeas siamesas. O nome que eu pensei. Todagente.

É exótico. É colectivo. É único.

E nos aniversários ganha todo um novo significado com eu e a mãe a organizarmos a festa e os amigos e amigas delas a irem aos anos de Todagente.

É bonito.

Mas admito que também pode ser um pouco doentio.

É o que dá ter ideias quando se está a beber.

sábado, junho 13, 1998

SOU UM SUJEITO ALTAMENTE SENSÍVEL MAS QUE AINDA CONSEGUE SER EGOÍSTA SE QUISER

É a prova que faltava: nos filmes e séries as coisas são sempre mais rápidas. Quatro meses de especulação, teorias da conspiração, umas mirabolantes, outras nem tanto; eu a aguentar a criação escrita porque gosto de escrever com o mínimo de fundamento sempre que posso, tudo isso para chegar a esta altura e pensar ‘Isto no CSI ou no SEM RASTO teria sido bem mais rápido.
A razão pela qual eu penso assim não é por falta de sensibilidade à dor dos pais e dos irmãos da menina, ou por uma noção de desleixo ou menos empenho da parte das forças policiais intervenientes. Cada um fez aquilo que lhe cabia e que soube mas, pergunto eu, porquê tanto suspense?

Não ajudou em nada a pequena Maddie, não ajudou os pais, os irmãos; não contribui para o crédito das forças policiais portuguesas (cá dentro ou lá fora), aumentou a discrepância entre polícia e media. Criou um fosso de empenhamento que é incómodo.

Teve mais impacto que o caso da Joana? Eu sei lá. Nem quero saber, para ser sincero. Há muita coisa que ainda está por explicar, entre as quais um corpo por encontrar.

O único reparo que eu tenho, e espero que tenham isto em conta da próxima vez que surgir um caso semelhante, é que se já sabiam que ia ser este o fim, podiam ter-me avisado que eu mudava para o National Geographic.

Deus abençoe os animais pelo seu civismo.

MILHO TRANSGÉNICO, MILHO TRANSGÉNICO (NOVO HIT)

Eis a minha opinião sobre o caso: toda a gente falou, já não vou falar.

GOSTO DE DOCES MAS NÃO GOSTO DE OS FAZER E PORQUÊ?

Sou um tosco no que toca a receitas culinárias. Tento segui-las à risca e nunca dá em nada. Se calhar levo as instruções demasiado a sério. Mas se assim não o fizer, que garantias tenho de que o bolo vai ficar como vem na receita? Até porque, fugir às instruções só o pode fazer quem sabe, não é quem quer.

É logo o princípio que me lixa. Se calhar na parte do fim ou do meio, eu até me desenrascava. Os ovos, tudo bem, sei o que são e onde estão. O problema é o resto.

  • uma colher de sopa de açúcar – onde é que já se viu sopa de açúcar? Uma vez num refeitório, vi lá ‘sopa da panela’, terá alguma coisa a ver?
  • bater as claras em castelo – não sou sujeito de bater em ninguém e não sou gajo de ir para castelos só porque quero fazer um bolo. O mais perto de mim é o castelo de S. Jorge e mesmo assim ainda tenho de atravessar o rio Tejo.

Por tudo isto, quem sabe fazer doces, trate de os fazer, que eu trato de os comer.

quarta-feira, junho 03, 1998

É CARNAVAL

E como tal, e sendo eu um gajo porreiro, decidi oferecer uma sugestão: uma prenda para pessoa inimiga. Dizem que o Natal é a época de amor entre os homens; nesse caso proponho que o Carnaval passe a ser a época de tréguas entre inimigos.

Porquê? Porque amor entre os homens implica demasiado contacto físico entre pessoas do mesmo sexo, e isso não me interessa.

E a minha sugestão, qual é? Uma máscara. Mas não uma máscara qualquer! Uma máscara daquelas... mesmo!

Vão ter com a pessoa odiada e pedem-lhe para tirar a roupa. Calma. Não é para o sodomizar. É possível que ele não queira colaborar. Aconselho, por isso, a serem mais do que um, para o convencer.

Uma vez despido, regam-no com gasolina e pegam-lhe fogo. Agora, aqui vem a parte complicada. Ele tem de ficar com a pele às bolhinhas, tipo a pele do frango assado sem estar esturricado, mas sem morrer.

Se tudo correr bem, e ele não morrer, pegam num pijama velho e vestem-no. De seguida, terminam com um robe de padrão tipo xadrez ou aos quadradinhos e umas pantufas. E pronto! Têm o Freddy Krueger versão Domingo.

Vão ver que os vossos inimigos vão gostar!

Os que sobreviverem, claro.

terça-feira, junho 02, 1998

O PRIMEIRO VÍDEO DO OVO REDONDO

E por ser o primeiro vídeo do Ovo Redondo, merece ser lançado, excepcionalmente, só daqui a dois anos. (Cati, esta é para ti, agora não te queixes.)

sábado, maio 16, 1998

SÓCIO!

A prova de que as empresas na hora funcionam é que o numero de empresários está a aumentar tanto que nem os próprios empresários sabem que são empresários.
Eu, por exemplo, devo ser sócio duma data delas.
Vou na rua, só oiço “sócio, orienta um night”, “sócio, arranja lá lume”, “sócio, tens trocos?”.

Não sou de julgar pessoas pelo aspecto, mas olhando para os meus associados, dá-me ideia que as minhas empresas não devem andar muito bem.

DESCULPA PERFEITA

O queijo Limiano é a melhor desculpa para tudo, até para escapar a perguntas incómodas. Imaginem, por exemplo, o marido está a ver televisão, a mulher a separar a roupa suja para colocar na máquina de lavar, quando encontra uma camisa com uma mancha de baton no colarinho. Vai logo ter com o marido.

“Que mancha de baton é esta na camisa?”

E aqui entra o queijo.

“O queijo Limiano é fabricado pelos maiores especialistas em queijo há mais de cinquenta anos.”

Depois, das duas uma, ou aparece um senhor a dizer 'Pode não perceber nada de fidelidade, mas percebe de queijo.' ou a mulher atira-lhe com uma jarra à cabeça por estar a gozar com ela.

É questão de experimentarem e de me dizerem qualquer coisa.

ANÚNCIO DA BLANKA

Há tempos passava na televisão uma publicidade à lixívia Blanka, na qual donas de casa comparavam nódoas entre si e discutiam qual o melhor detergente para as eliminar.

Uma dessas senhoras apresentava uma peça de roupa suja de sangue. Pensei logo para comigo, não queria ser o marido dela.

SEGREDOS DO MUNDO DOS HOMENS QUE AS MULHERES NÃO GOSTARIAM DE SABER: BORRIÉS

Nós homens tiramos macacos do nariz e brincamos com eles como se fosse plasticina. Mas só enquanto estão húmidos, quando estão secos e ressequidos não, que isso seria nojento. Também quando são aqueles com muito molho, há que fazer um trabalho prévio de pressão e secagem para ficarem mais maleáveis e depois é só diversão.

O FIM DO FASCÍNIO PELOS ENCORES

Já não gosto de encores. Dantes gostava. Agora já não. Já não vou a tantos concertos com antes, mas… olhando para trás, cheguei à conclusão que afinal não gosto de encores. Aliás, não é ‘não gostar’ é mais não compreender o porquê daquilo. Aquilo para mim não é a banda que ouve os apelos dos fãs e volta para mais duas ou três musicas. Não quero estragar o sonho de ninguém, mas eles não voltam por vossa causa. Aquilo é tudo programado. Não se iludam!

O que eu não gosto é de coisas mal organizadas. O que é o caso. Uma hora de espectáculo e só no fim é que fazem um intervalo? Porque não a meio? Nos cinemas já quase não fazem intervalo. Imaginem que começavam a fazer intervalos a cinco, dez minutos do fim.

Tudo bem que precisam de ir à casa de banho, beber água, fumar um cigarrito, tudo bem; mas façam isso antes do espectáculo ou então aguentam mais um pouquinho, tocam até ao fim e depois logo vão. Mais organização para a próxima é o que eu digo.

NOMES PARA OS FILHOS

Quando tiver crianças já sei que nome lhes hei de dar. Para mim não foi difícil escolher, foi difícil é escolher um nome que tenha impacto no seu futuro, sem ser de forma negativa. Se for rapaz será Otitio, se for rapariga será Otitia.

Estou a pensar muito à frente, para quando os meus irmão tiverem filhos e os filhos deles tiverem filhos, esses filhos vão ser sobrinhos dos meus filhos. E então teremos expressões tão bonitas como ‘ó tio otitio’, ‘ó tia otitia’ se algum dos meus irmãos estiver no Brasil ‘ó titio Otitio, ‘ó titia Otitia’, etc. Mal posso esperar.

EDUCAÇÃO E TRADUÇÃO

Já tenho falado das traduções em Portugal. Não hada a fazer. Reparei uma coisa nas traduções a nível televisivo. Os gajos são super bem educados. Nas séries policiais, às vezes temos o agente a falar para o maior criminoso de sempre, o gajo mais rufia, a dizer cenas como ‘levante-se’, ‘acompanhe-me’. Tratam-se sempre por você. Boa educação acima de tudo é o que eu acho.

‘Levante-se, seu traste’. Já vi isto.

Traste? Quem é que usa isso? Ainda por cima quem é que usa um termo como ‘traste’ a alguém que está a tratar por ‘você’? Se fosse o CSI Rio de Janeiro, ou o CSI Cascais ainda vá lá; mas era o CSI Miami. A não se for que o tradutor fosse do Estoril ou coisa assim.

ANÚNCIOS DE RÁDIO

A parte dos anúncios que nos interessa não é a parte cómica – a parte cómica alicia-nos, entretém-nos – a parte que nos interessa é aquela em que eles falam a trezentos à hora. Quem é que percebe? Ninguém percebe.
O gajo diz tudo. O gajo ou a gaja. Não se engana. Mas àquela facilidade tenho de gravar aquilo e ouvir aos poucos. Quando finalmente percebo tudo, das duas uma; ou o produto afinal não me interessa ou a empresa abriu falência. Isto quando consigo gravar. Para remediar as vezes em que não consigo, ando sempre com um caderninho para apontar essas coisas. Demora mais porque há anúncios que só dão uma vez por dia.

RÁDIO POPULAR E AFINS

Há coisas que eu por mais que tente não consigo perceber. Coisas mesmo estranhas. Nós vamos a uma loja de electrodomésticos chamada ‘radio popular’. Não há de faltar muito para aparecer, se é que ainda não há, uma estação de rádio chamada ‘moulinex fm’.
Rádio popular. Rádio popular. Que raio de nome para uma loja é esse? Escolheram um rádio, e se tivessem optado por uma batedeira ou uma maquina de lavar? Como seria?

Outra. Suzukis. Publicidade na rádio é assim. A publicidade à Suzuki Granvitara é que é. Já ouviram? Três mil e quinhentos euros. Três mil e quinhentos euros. Três mil e quinhentos euros! Mas aquilo é um anuncio ou um leilão? Eu ouvi à primeira! Qual é o publico alvo? Pessoal com lesões cerebrais graves, só pode.

O ACTIMEL

Para mim, o Actimel é o ‘Ben-Hur’ dos iogurtes. É só figurantes. Isto até ao dia em que se passe a fazer tudo por computador. Depois passa a ser a ‘Ameaça Fantasma’. Podia ser o ‘300’, mas não são trezentos, são dez mil milhões.

ALEXANDRA SOLNADO E JESUS

Segundo Alexandra Solnado, Jesus tinha dois quilómetros de altura. Está assim explicado como é que ele fazia para caminhar sobre as águas.

quinta-feira, abril 16, 1998

NOVA RELAÇÃO

Até há bem pouco tempo mantive uma relação algo estável com uma fêmea. Mas tive que pôr um ponto final nisso. As coisas andavam a correr bem, mas ela fez uma actualização de preços e passou logo dos cinco para os cinquenta euros.
Chamei-a, disse-lhe que tínhamos de ter uma conversa, que era muito caro. E era. Sem contar com a mensalidade, ainda haviam os jantares, os almoços aos fins-de semanas, as roupas, as idas ao cinema… Sem falar que de há uns tempos para cá andava desconfiado que ela me andava a enganar com alguém.

Segui em frente e arranjei uma nova parceira.

Estou muito feliz agora, pois ela adora-me. Sinto que encontrei aquilo por que tanto procurava. Faz uma grande festa sempre que chego a casa. Na cama é uma doida que só visto. Arranha um bocado às vezes. Fora isso, a cadela até se porta bem.

O CHORO DE UMA CRIANÇA

Somos todos hipócritas. Toda a gente, ou quase toda a gente, quando ouve um bebé a chorar é ‘deve ‘tar com fome’ ou ‘se calhar tem a fralda suja’ (e aqui há quem especifique qual expert se é xixi ou cocó, quase como se uma aposta fosse. Ou então ‘’tá rabugento’, ‘dormiu pouco’

Dormiu pouco? E os pais? Eles é que andaram a trabalhar o dia todo. Ele ‘tá o dia todo deitado. Depois chega à noite, é natural que não tenha sono.

Mas isto só acontece quando são bebés de pessoas conhecidas. Tudo o que seja bebés de pessoas de fora ou a paciência é muita ou fingem muito bem. Porque ninguém diz ‘raio do puto que não se cala’ ou ‘se fosse meu já ‘tava a comê-las’.

Ninguém diz isto. E quando dizem… é mau. Pois é. Só que nem toda a gente é surda, ou deixa para segundo plano a limpeza dos ouvidos.

E eu gosto de crianças, gosto… só que não é por gostar ou deixar de gostar que elas vão fazer mais ou menos barulho.

E para quem diz que não há nada mais bonito que o choro de uma criança… O que é isso? Isso é ser sádico. A criança só chora quando está incomodada. Acham isso bonito? Eu queixo-me do barulho e fico por aí.

DA VIRILIDADE DO TELETUBIE ROXO

O teletubbie roxo é panasca. So porque é roxo e usa uma pochete? E o Bugs Bunny? Sempre aos beijos na boca ao velho e a abanar o rabinho quando foge, é o quê?

quinta-feira, fevereiro 05, 1998

PRONTO! É OFICIAL!

Anos de esforço e trabalho e dedicação e paciência e teimosia deram nisto:

sexta-feira, janeiro 09, 1998

COISAS DA IDADE

Era o português mais velho do mundo. Tinha 108 anos. E sempre que engravidava uma mulher os filhos nasciam já com idade de ir para a Universidade. Queixava-se que já não ia tantas vezes às meninas como gostaria por causa dos ossos, mas gostava de ir ao oculista comprar óculos porque além dos óculos recebia sempre dinheiro por causa do desconto da idade. O que era bom.

OS HORÓSCOPOS

É uma aldrabice, dizem uns. É uma ciência do oculto, dizem outros. Para mim, é um passatempo. Resume-se tudo a uma pergunta: como é que sabemos qual deles está certo? Há dezenas de horóscopos para consultar diariamente. Isto se considerarmos apenas os que são publicados na imprensa escrita. Se ligarmos para algum Karamba ou Bambo ou se formos à net as hipóteses aumentam exponencialmente. Isto se nos limitarmos aos horóscopos em língua portuguesa, se formos para previsões em língua estrangeira, as opções tornam-se infinitas.

Creio que é esse o segredo das previsões. Não faz sentido um astrólogo prever o futuro de toda a gente. Toda a gente tem um destino diferente. Vê-se logo pelos números da Sorte (por Sorte entenda-se ‘jogo’), são diferentes para cada Signo. No máximo o que ele consegue prever é o futuro de algumas pessoas. E dessas pessoas muitas são aquelas que nunca saberão o seu futuro de antemão porque não acreditam nessas coisas do oculto, ou porque gostam de viver as surpresas da vida.

No meu caso, não é acreditar ou deixar de acreditar. Acredito na minha teoria, só que para testá-la teria de investir muito tempo. Quando então soubesse o meu futuro já este seria passado.

MEDIDAS DE COACÇÃO

De todas as medidas de coacção aplicáveis pelas nossas forças de autoridade, a que eu menos compreendo e, tenho de o dizer, mais desconforto me provoca, é a de ‘apresentação semanal na esquadra’.

Não a compreendo, porque está dependente da vontade do suspeito criminoso arguido (esta merda dos termos jurídicos lixa a vida a quem não é de Direito). Nota: usar apenas os termos ‘sujeito’ ou ‘fulano’ para não complicar.

Provoca-me desconforta-me porque sou obrigado a pensar que, das duas uma, ou a nossa polícia sofre de Alzheimer e sempre que o ‘sujeito’ vai lá é como se fosse uma primeira vez (um amigo meu que trabalhou com o neurologista António Damásio falou-me duma experiência semelhante, mas era com choques eléctricos) ou, então, os agentes da autoridade rodam pelas esquadras num ritmo mais frenético que os professores pelas escolas.

Esclareçam-me, por favor.

Outra medida que também me suscita algumas dúvidas – menos parva, é certo – pela sua aplicabilidade reduzida: ‘termo de identidade e residência’. Se o ‘fulano’ em questão for um sem-abrigo está automaticamente excluído?

A IMBECILIDADE DOS FAMOSOS

Pouco depois do lançamento do seu novo livro, Miguel Sousa Tavares disse numa das suas intervenções na TVI qualquer coisa como “é preciso ser imbecil para querer ser famoso.” Fica bem a alguém que é famoso como jornalista, comentador e escritor dizer isto? Talvez os ditados não se apliquem a quem os diz. Fica a dúvida.

DROGA NO JET SET

Andam aí uns cabrões – que é o mínimo que se pode chamar a esses abortos com pernas – que há figuras do nosso ilustríssimo jet-set que fazem corridas de pó, praticam sexo ao vivo e outras devassidões mais. Não chegava dizerem que a nossa socialite não faz nada, tinham de inventar mais esta.

Droga nas discotecas, festas privadas com políticos e empresários e artistas, tudo à mistura. E originalidade, hã? Não fazia mal a ninguém.

No tempo dos romanos a nobreza comportava-se da mesma forma. Querem-me fazer crer que as coisas mudaram assim tão pouco em tanto tempo?

segunda-feira, janeiro 05, 1998

UMA PIADA COM POUCO MAIS DE QUATRO LETRAS APENAS

Nv. C. P. P.

CENAS PARA DEIXAR O PESSOAL 'ASSIM A MODOS QUE'

1 - Entrar num restaurante para almoçar, de preferência um que tenha as mesas todas ocupadas. Procurar uma mesa com pessoal já de conta paga, aqueles que a gente olha e vê que só estão a pastar, chegar lá, dizer-lhe as horas ou apontar para o relógio. Mostrar irritação q.b. e regressar para junto do balcão sempre de olho neles. Pedir um copo de água ao empregado e apontar para a mesa em questão perguntando qualquer coisa que obrigue o empregado a abanar a cabeça e a fazer uma expressão feia.

2 - A mesma situação base com uma variante. Caso ainda estejam a tomar café, arriscar um pouco a sorte, chegar lá, pegar na chávena de um que esteja distraído (recomenda-se que seja o mais franzino), beber o café e gritar para o empregado mais próximo. 'Este já não 'tá queimado, foi só os outros!'. Terminar com um pedido de desculpas. Ninguém vai perceber, ninguém vai perguntar mas, pelo sim pelo não, o melhor é ir comer a outro sítio.