sábado, agosto 01, 1998

BEIJAR HOMEM NÃO É SINAL DE MÁFIA

Paulo Baptista, um dos arguidos do 'Caso Passerelle' disse uma vez que “beijar homem não é sinal de Máfia”.
Devo dizer que concordo com ele. De Máfia, não. Homossexualidade, talvez. Principalmente se for na boca. Se for na cara podem ser parentes ou lá do leste europeu. As meninas de lá também dão beijinhos. E não são tão caros quanto isso. Máfia é que não.
Mais coisas que não são sinal de Máfia:
Primeiro: falar com sotaque italiano mesmo que se seja de Trás-os-Montes e nunca se tenha ido além do norte do Douro. Não ter qualquer contacto com a cultura italiana, nem que seja através do Giovanotti.
Segundo: transportar pessoas com quem se teve arrufos no porta-bagagens. Ou melhor, transportar no porta-bagagens pessoas com quem se teve arrufos. Assim soa melhor. E mesmo, duas pessoas terem um arrufo no porta-bagagens de um carro não tem nada de anormal. Espaço pequeno, um dá um pontapé na canela do outro sem querer. É quanto baste.
Terceiro: fazer dinheiro à conta da prostituição (a nível de gestão financeira e não da prática em si) e de outras actividades ligadas à indústria do sexo.
E, por fim: ter uma conversinha com um devedor, enquanto dois arcaboiços o mantêm de joelhos. Dizer que ele foi um menino feio, referir-se a ele no diminutivo, abanando a cabeça com ar reprovador. Repetir o nome e suspirar, q.b. Parece quase uma receita.
Nada disto é sinal de Máfia.

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