sexta-feira, dezembro 06, 1996

DOENTES EM ESTADO VEGETATIVO

O Estado gasta cada vez mais dinheiro com os doentes em estado vegetativo. Nada contra, muito pelo contrário. Só acho que, se querem poupar, deviam se calhar perguntar aos doentes se estão mesmo interessados em receber a medicação.
Talvez se o enfermeiro chegasse junto do doente, lhe desse umas palmadinhas no ombro e lhe perguntasse: "Senhor António, quer tomar o xarope ou não?"
Se o senhor António não respondesse, era menos uma colher de xarope que se gastava.

segunda-feira, setembro 09, 1996

DOENTES TERMINAIS ABSTENCIONISTAS

Vêm aí as Autárquicas e depois as Presidenciais. Sinceramente, espero que desta vez o Governa intervenha de forma activa e acabe de vez com esta taxa de abstenção. É inadmissível que num país como Portugal se continue a ignorar o voto de uma parte tão população tantas vezes relegada para segundo plano.
Falo, claro, dos doentes em estado terminal. Sim, eles não se mexem, a maior parte não comunica, mas estão tão ou mais esclarecidos como qualquer outro eleitor português e isso dá-lhes pleno direito de voto.
Já para não falar que antigamente até os mortos iam às urnas, mas cada coisa a seu tempo.

ESTÚPIDO NO BOM SENTIDO

Ninguém gosta de ser ofendido e de todas as ofensas possíveis e imagináveis, aquela que incomoda o maior número de pessoas é "estúpido". Ninguém gosta de ser considerado estúpido, muito menos ser chamado estúpido.
Ainda assim, existe uma atenuante, algo que se diz e já não ofende tanto.
Se dissermos a uma pessoa que ela é estúpida, ela chateia-se. Mas se dissermos que ela é estúpida, mas no bom sentido, por algum motivo, ela fica convencida que a sua estupidez tem algo de bom. Quando não tem. Deve ser por isso que a consideram estúpida.

domingo, setembro 08, 1996

O HOMEM DO FRAQUE

Quem é que nunca recebeu a visita do homem do fraque?
Eu não.
Mas se recebesse, sei bem como haveria de o tratar.
Tenho sempre peixe fresco no frigorífico para o caso de receber visitas de homens de fraque ou de pinguins.
Curiosamente, os pinguins já não aparecem tanto como costumavam aparecer antigamente.

AUTOCARROS COM VELHAS

Fizeram um estudo e chegaram à conclusão que a generalidade da população prefere ser trancada numa jaula com gralhas do que andar num autocarro cheio de velhas eufóricas, acabadinhas de sair dum concerto do Marco Paulo.
Não percebo a viabilidade deste estudo. Qual é a diferença entre uma situação e outra? Tirando o facto das gralhas serem bichos mais sossegados, não sei que outra razão poderá ser.

sábado, setembro 07, 1996

ISSO É NOTÍCIA?

Na televisão deram a notícia duma mulher que caiu do sexto andar e morreu. Aposto que se tivesse sobrevivido, a notícia não teria tido o destaque que teve. Já se sabe, depois disto virão notícias como "AVIÃO DESPENHA-SE CONTRA SILO NUCLEAR. PASSAGEIROS MORREM".

sexta-feira, setembro 06, 1996

MACACOS PORNÓGRAFOS

Falou-se muito recentemente dum estudo que comprova que os chimpanzés têm 96% de genes humanos. Não vejo o porquê de tanto alarido. Julgam que os chimpanzés ficaram contentes por saber isso?
Aliás, há cerca de dois anos atrás fez-se um estudo e concluiu-se que os chimpanzés são capazes de trocar sumos por fotos de macacas. Mas enfim, cada um entretém-se como quer...

COMEDIANTE CONFUSO

O comediante utiliza sempre expressões do género "Já repararam?", "Já viram bem?"; para ele mais ninguém repara nas coisas - mesmo que sejam estupidamente óbvias. É um pouco narcisista, "não acham?"
Além disso, o comediante é um tipo que fica confuso com qualquer coisa. Sinceramente, faz-me confusão como é que um tipo assim pode sequer atrever-se a chamar a atenção dos outros sobre isto ou aquilo.

SIC GOLD --> SIC COMÉDIA

A SIC Comédia está prestes a comemorar um ano. A RTP Memória continua a ressuscitar programas que todos julgávamos (alguns esperávamos) mortos. Não consigo deixar de ver uma ligação entre uma coisa e outra.
Reparem: SIC Gold --> SIC Comédia, RTP Memória --> ?
O que virá a seguir?
Para dizer a verdade, acho que isto é tudo uma jogada da RTP para lançar o seu programa de stand-up comedy. O apresentador já está escolhido, é esse mítico José Hermano Saraiva.
Para o lugar de José Hermano Saraiva como narrador de documentários históricos fala-se de Nuno Graciano e Isabel Figueira.

segunda-feira, setembro 02, 1996

APONTAMENTO DE HUMOR SOBRE O CINEMA PORTUGUÊS I

Cinema quê?

APONTAMENTO DE HUMOR SOBRE O CINEMA PORTUGUÊS II

Falar da evolução do cinema português é como falar do Pai Natal. Só as crianças é que acreditam.

ETIQUETAS ABSURDAS

Já todos fomos confrontados com etiquetas absurdas. Eis algumas que eu descobri:
(Ou talvez as tenha inventado. Mas não vou dizer se foi ou não foi)
É favor ter a certeza que a roupa serve antes de a experimentar
Remetente desconhecido. Favor devolver ao local de origem
Verificar se o material no interior corresponde ao especificado na guia de transporte antes de proceder à abertura da caixa

SOBRE O POST DEDICADO À ANABELA

Estive recentemente com a Anabela e nem eu nem ela sabemos a identidade do sujeito que resolveu lançar umas piaditas sobre salgados que talvez tenham graça para quem vê os Malucos do Riso ou os Batanetes, mas que para pessoas como eu e a Anabela não fazem qualquer sentido.

Não tenho nada contra teres comentado o post - e a Anabela concorda comigo nesse aspecto - mas achamos que deverias assumir aquilo que és.

Assim, no espírito da fraternidade que caracteriza este blogue, eu e a Anabela dizemos-te:
SAI DO ARMÁRIO!!!

segunda-feira, maio 13, 1996

LIVRO AMARELO EM FÁTIMA

Eu não sou católico. Não sou crente. Respeito. Mas há uma coisa que me faz uma certa confusão.
Acho que não há. Ou desconfio que não haja, já que nunca ouvi falar, mas acho que fazia falta. O livro amarelo, mais conhecido por livro de reclamações. Eu acho que fazia falta.
Tipo em Fátima. Quantas pessoas é que vão lá n vezes, fazer pedido atrás de pedido e nenhum é atendido? A pessoa devia ter o direito de chegar lá, ir ter com o padre e dizer:
“Traga-me o livro de reclamações, faz favor.”
Acho que seria bom.
Faço ideia como é que havia de ser. Primeiro que houvesse resposta...
“Lamentamos muito mas não conseguimos encontrar o seu processo.”

quarta-feira, abril 24, 1996

O TOUREIRO

Era noite cerrada. A lua escondidas pelas nuvens tornava impossível distinguir qualquer forma que pudesse surgir por entre as trevas.
O silêncio era supremo. Ainda assim, o destemido toureiro não hesitou em entrar na arena que julgava vazia, qual gladiador de eras passadas, e sem ver nada à sua volta, disse: "Não se vê um boi."
Teve azar. O boi viu-o a ele.

sexta-feira, abril 19, 1996

FUMO NEGRO

Ontem começou o Conclave. Como estive em aulas a maior parte do dia, acompanhei muito pouco desse evento. A primeira eleição já foi feita, sem sucesso - o fumo negro assim o demonstra. Curiosamente, parece que o fumo negro saiu na altura em que estavam a preparar o jantar. Será que aquilo era o fumo do frango?

domingo, abril 07, 1996

CONCLAVE

Dentro de alguns dias vai-se realizar o Conclave. Para quem não sabe, o Conclave é quando juntam um grupo de pessoas vestidas de branco e as trancam numa sala até chegarem a acordo eleitoral. Na minha opinião, esta é a melhor forma de combater a abstenção. Todos os que têm poder eleitoral vão para lá e só saem de lá quando decidirem. Assim é que devia ser sempre. Qual dever cívico, qual quê? Era ir buscá-los a casa e trancá-los nas sedes de voto.

DIA MUNDIAL DA SAÚDE

Hoje é o dia mundial da saúde e eu até gostaria de fazer um post cómico alusivo ao tema. Só que, olhando para o estado da saúde em Portugal, acho que não vale muito a pena. Há pessoas que sabem gozar com isso melhor do que eu.

quarta-feira, março 27, 1996

PAIS A CHORAR NO CASAMENTO

Um amigo meu casou-se há pouco tempo. Convidou-me para ir, eu fui. Casou-se pela igreja. Foi uma cerimónia bonita.
O que me irritou foram os pais dele.
Raio das pessoas! Não paravam de chorar!
O filho tá-se a casar, a noiva é uma boazona que só visto e eles tão ali parece que tão num velório. O que é que se passa?
Lembram-se quando nós éramos pequenos e os nossos pais ralhavam connosco? E nós começávamos a chorar? E depois eles diziam:
"Tá calado senão levas mesmo pra saberes porque é que choras!"
Digo-vos uma coisa, um dia que eu me case e os meus pais comecem a chorar durante a cerimónia, eu juro: páro tudo, vou ao pé deles e dou-lhes um enxerto. Pra eles saberem porque é que choram.

domingo, março 17, 1996

ASSOCIAÇÃO ENCERRADA

Pela primeira vez - e espero que seja a última - vou publicar uma notícia triste. Soube recentemente que a Associação Nacional dos Mutilados de Guerra vai fechar as portas. A notícia caiu quase como uma bomba e deixou muita gente perplexa. Até eu fiquei, vejam bem.
As razões do encerramento são várias e devem-se essencialmente à falta de verbas. Nas palavras do presidente da associação, Artur Garcia Resende da Silva e Sá (conhecido como o "Salta-Pocinhas") "O projecto já não tinha pernas para andar."
Espero que o governo tome medidas urgentes para que não aconteça o mesmo a outras associações. Refiro-me, por exemplo, a associações de pessoas mudas. Sei que se ouve falar pouco deles, mas eles têm um papel importantíssimo na nossa sociedade - são os melhores espectadores de ópera.

sexta-feira, março 15, 1996

DIA MUNDIAL DA DEFESA DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

Hoje é o dia mundial da defesa dos direitos do consumidor.
Ainda não dei por nada e já são uma da tarde.

quarta-feira, março 13, 1996

SER DIRECTO

Fazem-me confusão certas bandas que vão à televisão e tocam sem playback. É que além de tocarem mal, ainda põe lá o “directo” no canto do ecrã.
Para quê? Não é preciso nada disso.
Não seria melhor as bandas chegarem ao programa e, antes de começarem a tocar, dizerem:
“Pessoal, nós não prestamos pra nada.”
Isso sim, é ser directo.

RECIBOS VERDES

Fazem-me confusão os recibos verdes. Se se chamam recibos verdes porque razão é que as folhas são brancas? Se partirmos desta ordem de ideias, será que o saco azul é mesmo azul?

"PASSEI-ME!"

Tenho um amigo que se irrita muito facilmente. Qualquer coisinha, é logo. Às vezes é engraçado olhar para as pessoas quando estas estão irritadas. Eu gosto. Porque dizem cenas que... Do género, este meu amigo chega-se ao pé de mim uma vez e diz-me:

“Eh pá! Hoje de manhã quando ia pró trabalho, um gajo meteu-se à minha frente, quase que o ia atropelando. Passei-me logo!”

Há muita gente que diz isto: “Passei-me!” Como é que é isto possível? Ninguém se consegue passar? É impossível. Vejam bem, eu vou na rua, vejo uma pessoa e passo por essa pessoa. Essa pessoa passa por mim. Mas eu nunca passo por mim mesmo.

SOLIDARIEDADE

Deu na televisão, há uns tempos atrás, uma campanha da Fundação Portuguesa de Cardiologia, ou Associação não sei. Aquilo eram vários anúncios em que tínhamos uma série de pessoas, provavelmente com problemas cardíacos, que pediam conselhos a um médico que ia de passagem.
E o médico, sempre simpático, só dizia:
“Ponham-se a andar! Vão dar uma volta!”
Não sei porquê, mas pra mim, não é este tipo de coisas que ajuda a melhorar a imagem dos médicos. Só faltava ele dizer:
“Eh pá! Vão à merda! Desamparem-me a loja, foda-se!”
Queria ver se houvesse alguma daquelas linhas de apoio ao suicídio, apoio a pessoas suicidas melhor dizendo, que fizesse o mesmo. Isto também não faz sentido. Se eles querem suicidar-se, ao darem-lhes apoio, não estão a ajudá-los a suicidar-se? Nunca consegui perceber bem.
Mas, dizia eu, se essas linhas fizessem o mesmo, como é que seria?
As pessoas ligavam pra lá, todas deprimidas.
“Ai morreu-me o filho e o irmão e o cão e ninguém gosta de mim.”
E do outro lado.
“Ó amigo, vá-se matar. Não me chateie.”
Outra coisa, quase que me ia esquecendo disto. Essas linhas, há algumas que se chamam, ou são chamadas, linhas de apoio a vítimas de suicídio. Como é que é isso? Uma vítima de suicídio, o próprio nome o diz, está morta. Só se o apoio que eles dão for a nível do arranjo fúnebre. Só se for isso.
E depois queixam-se.
“As pessoas não nos ligam. Parece que têm medo de falar.”
Pudera! Talvez se não estivessem mortas...
Agora a sério.
Se me vêm dizer que não é bem assim, se vêm com aquela conversa do “o que nós fazemos é ajudar as pessoas com tendências suicidas a ver as coisas boas da vida.”
Isso não é ajudar. Isso pra mim chama-se ‘fazer inveja’. É a mesma coisa que chegarem-se ao pé de mim e dizer:
“Ai! Tou tão sozinho, ninguém quer saber de mim, ando a viver na rua.”
Era logo:
“Agora não posso falar. Vou buscar a minha namorada pra passarmos o fim-de-semana na nossa casa nas Caraíbas.”
Como é que acham que ele iria reagir?

quarta-feira, março 06, 1996

SOBRE VIOLÊNCIA GRATUITA, POLÍCIAS E AFINS (UM POUCO EXTENSO)

A nossa vida está reduzida a isto: um gajo levanta-se de manhã pra ir trabalhar, tá um dia de merda, o trabalho também é uma merda, os colegas são uma merda, o chefe é outra merda, tem-se uma merda de horário, uma merda de salário (quando se recebe), o comer no refeitório – um gajo nem tem dinheiro para uma refeição de merda num restaurante de merda – é uma merda intragável. Depois, um gajo sai tarde porque fica a acabar a merda de um relatório; quando finalmente sai, o trânsito tá uma merda. Ainda pior do que tinha sido de manhã. Para-se numa tasca de merda para beber a merda dum bagaço e quando se chega a casa, a primeira coisa que aparece à frente é a merda da esposa a perguntar como é que correu o dia.
Depois dizem que há muita violência doméstica. Não há. Há é pouca violência pública.
Se houvesse mais pessoal à porrada em cada esquina, já ninguém faria tanto alarido porque o marido da dona Gertrudes deu-lhe um soco no nariz porque a apanhou na cama com o patrão. O salário é uma merda, mas calma lá!
Infelizmente, temos a polícia que não só não deixa o pessoal andar à porrada na rua, como ainda por cima leva o pessoal para a esquadra, dá-lhes umas arreadas valentes e não deixa ninguém ver.
Isto são os polícias maus, mas há também os bons.
Os polícias bons são aqueles que são educados, ajudam as pessoas. São aqueles que quando chegam a um banco que está a ser assaltado e vêem um gajo sair a correr lá de dentro com uma meia na cabeça, em vez de ficarem parados, vão atrás do gajo.
A primeira regra numa situação de assalto com possíveis reféns é tentar saber como é que a situação está lá dentro. E para isso nada melhor que perguntar ao gajo que saiu de lá – ele acabou de sair de lá, deve saber – em vez de espreitar pela janela e levar um tiro nos cornos.
O problema tá no gajo da meia que não quer parar. Dá até a impressão que está a fugir de qualquer coisa. Talvez tenha vergonha. Compreende-se.
Um gajo daquela idade, andar pela rua com uma meia na cabeça sem ser no Carnaval, deve ser mesmo muito feio.
Mas o polícia bom está sempre preparado para tudo e não desiste. É um lutador, é um atleta.
Infelizmente (ou felizmente) o policiamento não é visto como um desporto a sério. Por muito bom que um polícia seja, nunca ouvimos falar de transferências milionárias de sargentos duma esquadra para outra.
Quando um novo comandante da GNR assume funções numa determinada esquadra, não o vemos convocar um conferência de imprensa para dizer:
"Estou muito contente por estar aqui e prometo fazer o meu melhor para evitar que esta esquadra desça de divisão."

terça-feira, março 05, 1996

A PROPÓSITO DE INCÊNDIOS (UM POUCO FORA DE ÉPOCA E DAÍ TALVEZ NÃO)

No Verão, o que há muito são incêndios. Há algum tempo atrás li uma notícia, já não me lembro onde é que foi, que dizia “Governo proíbe que façam fogueiras nas florestas.”
Acho que era o que fazia falta. Agora assim os incendiários já não podem pegar fogo. Porque é proibido.
Só mesmo aqui...

CERVEJA VERDE (UM POUCO TARDIO, MAS ENFIM...)

Há cerca de um ano atrás apareceu uma nova cerveja no mercado. Talvez muita se tenha dito acerca dela, contudo achei por bem manifestar a minha opinião.
Uma nova cerveja apenas não seria nada de mais, por isso eles tiveram de pensar em algo que a diferenciasse das outras. E como é que fizeram isso? Alteraram o sabor.
Pela primeira vez, em Portugal pelo menos, temos uma cerveja... com sabor a limão.
Ora, não é o facto da cerveja saber a limão que me faz confusão; se bem que uma cerveja com sabor a tremoço ou caracol seria bem mais prático; e sim a publicidade feita a essa mesma cerveja.
Vi um cartaz que consistia no seguinte: tinha a garrafa com o nome do produto e o slogan por cima. O produto, para não fazer publicidade gratuita, vou apenas dizer que é uma variante chamada “green” de uma cerveja começada por “SU”, acabada em “OCK” e com as letras “PER B” no meio. E o slogan era algo do género, tinha o nome da cerveja e depois “...o céu na boca”.
E eu pensei. Pera lá! “Green” é verde. Eles tão a dizer que o céu é verde? O céu é azul não é verde.
Porque é que eles puseram aquilo assim? De início, pensei que talvez tivessem tido a ideia do slogan depois de terem os rótulos impressos. Talvez fosse por isso. De qualquer modo, acho bom ter ficado assim. Se em vez de “green” fosse “blue” acho que ficava um pouco bicha.
Não, também não podia ser por isso.
Então o quê?
E se em vez das cores, trocassem os locais? Tipo o céu é azul, o que é que é verde? A erva. “... a erva na boca”
Não dava uma boa imagem. Erva na boca. Das duas uma, ou o pessoal tá comê-la ou tá a fumá-la. Portanto, ou é drogado, ou é cavalo.
Porque não “red”? “O morango na boca”?
Não... O morango também não fica bem.
Realmente não percebo o que vai na cabeça de certos criativos.
Nem na minha, já agora.

segunda-feira, março 04, 1996

A ESPERANÇA

"A esperança é sempre a última a morrer."
Há quem diga isso e fique contente por dizer como se tivesse ajudado muito. Não percebo porquê. A sério que não percebo. Acho... estúpido, não sei. Estupidozinho para ser mais preciso.
Se a esperança morre em último lugar, isso quer dizer que eu vou morrer antes.
Será que sou o único a reparar nisso? É só isso que a expressão quer dizer. Mais nada.
Eu 'tou mal - por acaso até não (mas supondo que sim) - e alguém vem ter comigo e diz-me:
"Não te preocupes. A esperança é a última a morrer."
Em que é que isso me ajuda? Eu vou morrer primeiro.
Bela merda de ajuda!

domingo, março 03, 1996

ESTUPIDOZINHO

Porque é que os miúdos nas histórias se chamam sempre João? Aliás, nem sequer é João - é Joãozinho. Será que isto é alguma regra?
O "inho" é estúpido. Digo eu. Tipo o "estupidozinho". Para mim essa é a pior ofensa que alguém pode fazer.
Alguém ser estúpido, já é mau. Mas alguém que é "estupidozinho", é porque é tão estúpido, tão estúpido que nem consegue ser estúpido a sério.
É estúpido, eu sei.

quarta-feira, fevereiro 28, 1996

O DIA MAIS FRIO DO ANO

É o dia mais frio do ano. Dizem os especialistas que está a ser e até agora acredito friamente - passo a expressão - neles. Apesar disso, até está um dia visualmente agradável. Ensolarado e pouco ventoso, porém frio como gelo.
É caso para dizer que o tempo já não é o que era.

domingo, fevereiro 25, 1996

25 ANOS - TERMO DE RESPONSABILIDADE

Fiz 25 anos há pouco tempo. Dia 14 de Fevereiro. Sim, eu sei. Houve quem viesse ter comigo (vêm sempre, isto já é da praxe) com a conversa do "ser mais responsável" por causa da idade e enfim...
Confesso que tenho andado a sentir algumas diferenças em relação aos 24. Mas são tipo daquelas diferenças que um gajo sente no início do ano quando tá a preencher algum documento, engana-se e põe o ano errado. Ainda ontem enganei-me e pus que tinha 24 anos numa ficha de inscrição qualquer. Isto com o tempo vai lá.
Pior seria se eu fosse mulher e tivesse aí uns cinquenta e tal anos. Enganava-me sim, mas era logo de vinte para cima

O DIA DOS NAMORADOS

Já se passaram quase duas semanas desde esse fatídico dia, por isso penso que já posso falar sem perigo de ferir quaisquer susceptibilidades.
Pessoalmente, eu até gosto do dia dos namorados. Vistas as coisas, é um óptimo dia, senão o melhor, para oferecer prendas à pessoa amada. A parte chata no meio disto (tem de haver sempre) é quando o esposo ou a esposa descobrem. Aí é que é pior.

sábado, fevereiro 24, 1996

A DEMOCRACIA INSTITUÍDA

Vivemos em democracia.

Vou dar tempo aos que não sabiam disto para digerirem esta informação antes de continuarem com as suas vidinhas insignificantes.

sexta-feira, fevereiro 23, 1996

NOVO LÉXICO PORTUGUÊS-TUGA

Fui jantar fora há pouco tempo. o comer estava bom, o vinho também. Mas a ementa...

Isto é uma mina: leiam e tentem descobrir o que é.

- serviço de cafe e chã
- diverços
- wiske
- [aguardente] velhicima
- martine
- carlesbergue
- aisti
- trilaramjos (a minha preferida)
- sevenep
- [compal] netar
Penso que é hora dos funcionários deste estabelecimento responderem a um pequeno incuéritu sôbre a hortugrâfea. Que dizem?

quinta-feira, fevereiro 22, 1996

À PRIMEIRA É DE GRAÇA, À SEGUNDA JÁ É A PAGAR

O primeiro post convém ser algo de excepcional. Algo que deixe as pessoas boquiabertas, estupefactas - obviamente para que tal aconteça pressupõe-se que elas cheguem a ler isto. Ora, quanto a isso, não posso fazer grande coisa. Posso apenas escrever isto e esperar que alguém por engano venha parar aqui e fique o tempo necessário para conseguir ler isto.

Pois bem, caro amigo, ou amiga, se está ler este texto na esperança de que possa melhorar a sua vida, lamento dizer-lhe mas está a perder o seu tempo.

Ao menos não sou só eu. Enfim...